Tibete, o remoto e principalmente- Território budista conhecido como “telhado do mundo”, é governado como uma região autônoma da China.
Pequim reivindica uma soberania secular sobre a região do Himalaia. Mas a lealdade de muitos tibetanos está com o líder espiritual exilado, o Dalai Lama, visto por seus seguidores como um deus vivo, mas pela China como uma ameaça separatista.
A atenção internacional se concentrou no território em 2008, durante a preparação para as Olimpíadas de Pequim. Conflitos fatais entre manifestantes anti-chineses e as autoridades no Tibete receberam ampla publicidade e o revezamento da tocha em Londres, Paris e São Francisco foi perseguido por protestos e manobras pró-Tibete.
Tibete teve uma história tumultuada, durante a qual passou alguns períodos funcionando como uma entidade independente e outros governados por poderosas dinastias chinesas e mongóis.
A China enviou milhares de soldados para fazer valer sua reivindicação na região em 1950. Algumas áreas se tornaram a Região Autônoma do Tibete e outras foram incorporadas às províncias chinesas vizinhas.
Em 1959, após um levante anti-chinês fracassado, o 14º Dalai Lama fugiu do Tibete e estabeleceu um governo no exílio na Índia. A maioria dos mosteiros do Tibete foi destruída nas décadas de 1960 e 1970 durante a Revolução Cultural da China. Acredita-se que milhares de tibetanos foram mortos durante períodos de repressão e lei marcial.
China acusada de repressão
Sob pressão internacional, a China afrouxou seu controle sobre o Tibete na década de 1980, introduzindo reformas de “portas abertas” e aumentando o investimento.
Pequim diz que o Tibete se desenvolveu consideravelmente sob seu governo. Mas grupos de direitos humanos dizem que a China continua a violar os direitos humanos, acusando Pequim de repressão política e religiosa. Pequim nega quaisquer abusos.
O turismo e o movimento de modernização em curso contrastam com o antigo isolamento do Tibete. Mas os críticos de Pequim dizem que os tibetanos têm pouca influência na construção de seu futuro.
A China diz que uma nova ligação ferroviária entre Lhasa e a província chinesa de Qinghai impulsionará a expansão econômica. O link provavelmente aumentará o fluxo de migrantes chineses.
“Reencarnação”
O budismo chegou ao Tibete no século sétimo. O Dalai Lama, ou Oceano da Sabedoria, é a principal figura espiritual; o Panchen Lama é a segunda figura mais importante. Ambos são vistos como reencarnações de seus predecessores.
A seleção de um Dalai Lama e de um Panchen Lama segue tradicionalmente um processo rigoroso. Mas o Dalai Lama e Pequim estão em desacordo sobre a 11ª encarnação do Panchen Lama, tendo identificado diferentes jovens para o papel. A escolha do Dalai Lama, Gedhun Choekyi Nyima, não foi vista desde sua detenção pelas autoridades chinesas em 1995.
Houve contatos intermitentes e indiretos entre a China e o Dalai Lama. O líder espiritual exilado defende uma solução negociada não violenta para o problema do Tibete e aceita a noção de autonomia real para o Tibete sob a soberania chinesa. A China questionou suas alegações de que não busca a independência.
A China também acusou o Dalai Lama de incitar as dezenas de autoimolações que ocorreram desde 2009 entre os tibetanos que se opõem ao governo chinês. Ele rejeita isso e questiona a eficácia de tais protestos.
A economia do Tibete depende em grande parte da agricultura. Florestas e pastagens ocupam grande parte do país. O território é rico em minerais, mas as más ligações de transporte limitaram a sua exploração. O turismo é uma fonte importante de receita.
Visão geral do Tibete:
- Soberania: O Dalai Lama diz que o Tibete era independente e foi colonizado. A China diz que sua soberania sobre o Tibete remonta a séculos.
- O que é o Tibete? A China considera esta como a Região Autônoma do Tibete. O Dalai Lama diz que deve incluir províncias vizinhas com populações tibetanas.
- Repressão: o Dalai Lama diz que 1,2 milhão de pessoas foram mortas sob o domínio chinês. A China contesta isso.
- Cultura: o Dalai Lama diz que a China suprimiu ativamente a identidade tibetana. A China reconhece alguns abusos, mas diz que está ajudando no renascimento da cultura tibetana.
- Desenvolvimento: a China afirma que trouxe melhorias para a saúde e a economia. Dalai Lama diz que o desenvolvimento favoreceu os imigrantes chineses han.
- Resposta internacional: nenhum país contesta abertamente a reivindicação da soberania da China, e a China bloqueou todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o Tibete desde que a República Popular assumiu a cadeira da China na ONU em 1971.
- O movimento do Tibete livre: A causa tibetana ganhou a simpatia de indivíduos e grupos, muitos dos quais fazem campanha para um Tibete independente tomar forma.